28 de agosto de 2012

Facebook: Concurso oferece fama ao primeiro a morrer

A fama que muitos procuram uma vida inteira é o grande prémio de um concurso organizado no Facebook, por uma empresa detentora de uma aplicação para esta rede social. Para ganhar o prémio basta ser o primeiro a morrer.

A macabra competição é a última campanha lançada pela empresa israelita que é dona da aplicação 'If I Die' (traduzindo, ‘Se eu morrer’), e que oferece aos seus utilizadores a possibilidade de gravar uma mensagem a ser publicada no seu mural em caso de falecimento.
"Tivemos esta ideia desde o primeiro dia em que pensámos em criar este serviço", disse à agência espanhola EFE o fundador da empresa Eran Alfonta, que em 2010 pôs em marcha o projecto 'If I Die' enquanto página na Internet, e que em 2011 se transformou numa aplicação para o Facebook.
O concurso agora lançado com base na aplicação chama-se 'If I Die First' (traduzindo, ‘Se eu morrer primeiro’).
"Acreditamos que todas as pessoas têm direito a que as suas últimas palavras sejam conhecidas, que o seu legado seja público e consideramos que um concurso seria o apropriado para que a aplicação tivesse impacto", disse Eran Alfonta.
Os requisitos para participar nesta corrida à popularidade, antes de chegar ao derradeiro passo - o túmulo - são simples: estar vivo, ter uma conta no Facebook, instalar a aplicação, entrar na opção 'For a chance to World Fame' (traduzindo, ‘Por uma oportunidade pela fama mundial’) e deixar uma mensagem para a posteridade.
O primeiro utilizador a morrer terá o seu testemunho póstumo publicado em revistas e outros media internacionais que colaborem com a campanha, assim como em páginas na internet como 'Mashable', uma página muito focada nos media sociais, tecnologia e entretenimento e que tem mais de 20 milhões de visualizações por mês.
A inscrição no concurso é gratuita, está activa desde sábado. Até ao momento, mais de 1.200 pessoas aceitaram as regras do jogo, que deixam muito claro que provocar a própria morte é fazer batota.
"Se houver alguma suspeita de que se trata de suicídio ou morte deliberada, então não se publicará a mensagem. Temos uma política anti suicídio muito rigorosa", frisou Eran Alfonta, que pretende evitar que 'If I Die' se transforme num meio de incentivar ou suavizar a morte, ainda que a tente retratar com sentido de humor.
"Achamos que toda a gente devia gravar uma mensagem no 'If I Die', porque nunca se sabe", disse Eran Alfonta.
A forma como a aplicação trata o tema da morte já valeu ao fundador da empresa israelita diversas críticas, a que não atribuiu importância e rebateu afirmando que se as pessoas usam o Facebook para a sua vida social, então também têm o direito de morrer lá.
"O Facebook faz parte da nossa vida social, nós acrescentámos um serviço de morte digital", declarou.
A aplicação, já com mais de 213 mil utilizadores desde que estreou na rede social criada por Zuckerberg em 2011, apenas registou dois falecimentos.
"Impressionou-nos o quão emotivas eram as suas mensagens, de despedida, ambas de pessoas que estavam doentes e que sabiam que não lhes restava muito tempo. Uma delas deixou uma mensagem em vídeo, a outra um texto", contou Eran Alfonta.
Os responsáveis pela aplicação e pelo concurso estimam que o vencedor seja conhecido dentro de 19 meses.

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