Durante três dias fez greve de fome. O objectivo era chamar a atenção para obter um emprego. E conseguiu. Ontem de manhã, José Cardoso, de 28 anos, começou a receber telefonemas e os responsáveis de várias empresas acorreram até ao local do protesto, na rua de Santa Catarina, no Porto, e ofereceram-lhe trabalho. Agora, o jovem garante que vai analisar "proposta por proposta" e só irá aceitar aquela que tiver "as melhores condições".
Apesar de ter atingido o objectivo, o licenciado em Design de Comunicação pela Faculdade de Belas Artes do Porto, continuou, durante toda a tarde de ontem, a greve de fome. "Estou solidário com os meus colegas que têm licenciatura, mas que não conseguem trabalho. Fiquei aqui de barriga vazia para poder dar o exemplo e uma palavra amiga a todos os que me vieram visitar e dar apoio. Conheci pessoas com maiores dificuldades do que as minhas", referiu o jovem, natural de Fafe.
Durante os três dias em que não se alimentou, pela rua mais movimentada da Baixa do Porto passaram dezenas de pessoas que falaram com o jovem. "Alguns disseram que foi uma atitude individualista. Outros deram apoio, mas argumentaram que deveria ter mais cuidado com o meu corpo e que os governantes não merecem o meu sacrifício", referiu.
Agora, o tempo é de análise das propostas. "Não são todas na minha área, mas quem sabe se não poderei ajudar outras pessoas? Vou escolher o contrato mais sensato e o que tiver as condições que me são devidas", observou.
Apesar do protesto, o jovem licenciado garante que não tem noção do impacto. "Se calhar só vou perceber a importância disto quando construir família e tiver uma vida estável", contou.
Faz greve de fome e ganha emprego - Sociedade - Correio da Manhã
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